domingo, 27 de julho de 2014

353- ABDA - Carta Aberta à população sobre TDAH

Sexta, 25 Julho 2014 00:00

Carta Aberta à população sobre TDAH

Escrito por  ABDA
ABDA participa do movimento em protesto contra a portaria no 986/2014 da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que determina restrições a distribuição de medicamento para TDAH pelo SUS, e impede o médico de realizar o exercíco da medicina. O TDAH é um transtorno neurobiológico, ou seja, uma condição médica. Embora o tratamento correto seja multidisciplinar, o diagnostico é exclusivamente responsabilidade do médico.
A portaria no 986/2014 da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo é restritiva, burocratiza o acesso digno ao tratamento, principalmente à população com desvantagem social, e se posiciona contra a sistematização científica de maneira mistificadora e indigna. No momento em que a sociedade brasileira se organiza em torno de ações inclusivas, como as ações afirmativas na universidade pública, não podemos nos furtar de denunciar medidas preconceituosas contra os portadores de transtornos mentais, que excluam exatamente a população menos favorecida socialmente do acesso a tratamentos considerados de primeira linha em qualquer diretriz científica nacional ou internacional.
O diagnóstico de TDAH é oficialmente reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (cujo Código de Doenças encontra-se legalmente em vigor no país), há diretrizes internacionais para a sua realização e inúmeros estudos científicos que demonstram alterações no funcionamento cerebral no TDAH.
Resumos de alguns destes estudos e pesquisas cientificas sobre TDAH, podem ser acessados aqui.
A ABDA reivindica o acesso ao tratamento adequado e reconhecido mundialmente, e repudia o uso inadequado de qualquer medicação para TDAH, sem que haja uma avaliação criteriosa. A nossa luta é pela dignidade dos pacientes, acesso ao diagnóstico correto, tratamento de qualidade e dispensação de medicação para aqueles que REALMENTE precisam. A Prescrição de remédios psiquiátricos é atribuição exclusiva do profissional médico. No caso do TDAH, quem está habilitado a prescrever a medicação, é o PSIQUIATRA, NEUROLOGISTA e NEUROPEDIATRA!!!
Sabemos que tal meta só será alcançada com atitudes, políticas públicas inclusivas e capacitação profissional, e não com protocolos disciplinares pseudocientíficos e demagógicos.
A ABDA é uma associação de pacientes, sem fins lucrativos. Nossa missão é disseminar informação científica sobre TDAH.
Convocamos pessoas com TDAH, familiares, profissionais de educação e saúde, e toda sociedade civil preocupada com o bem estar de todas as crianças brasileiras e imbuídas no propósito de lutar pela dignidade, respeito e liberdade, a se engajar nesta causa.
- See more at: http://www.tdah.org.br/br/noticias/reportagens/item/1080-carta-aberta-%C3%A0-popul%C3%A7%C3%A3o-sobre-tdah.html#sthash.JITcgcOQ.dpuf

quinta-feira, 17 de julho de 2014

352- Algumas regras para discutir direito e para perdoar mais depressa (TDAH)


Qual é o segredo de um casamento TDAH saudável? Pode ser a maneira pela qual os casais se comunicam quando brigam - e com que rapidez eles perdoam e seguem em frente. Por Melissa Orlov.

Todos os casais brigam. É parte do amor e do casamento. Mas nem todos os casais sabem como seguir em frente depois de uma briga - e os que sabem têm uma  grande vantagem e uma grande chance de felicidade duradoura.

O objetivo para todos os casais (especialmente os que têm TDAH) não é parar de brigar - isso vai acontecer - mas aprender como ter uma "briga boa".

O que a ciência diz

O especialista em relacionamentos, John Gottman, Ph.D., autor de The Seven Principles for Making Marriage Work (Os Sete Princípios Para Fazer o Casamento Funcionar), e seus colaboradores, fez um conjunto de pesquisas sobre relacionamentos saudáveis. Seu trabalho sugere que não é a frequência com que você briga que determina a durabilidade do seu relacionamento. São as ações que você adota quando você briga, e como você repara o dano depois, que prognosticam a estabilidade de um relacionamento.
Infelizmente, os relacionamentos TDAH têm as condições estabelecidas contra si mesmos. Por quê?

1- Casais atingidos pelo TDAH enfrentam mais altos e baixos do que outros casais.

2- As pesquisas recentes feitas com gêmeos sugerem que problemas da regulação emocional,  característica principal do déficit de atenção, são ligados geneticamente. Casais TDAH regularmente têm respostas emocionais desproporcionais em ocasiões inesperadas. Isso pode levar os parceiros, TDAH ou não TDAH, a se sentirem como se tivessem de pisar em ovos.

3- O parceiro não TDAH geralmente cai no hábito de criticar o parceiro TDAH, de estar sempre julgando, corrigindo e "educando" o parceiro a ser organizado, a prestar mais atenção, e coisas assim. O parceiro reclamante pensa que está fazendo uma base sólida para o relacionamento. Não está. Na maior parte do tempo os TDAHs vêem a crítica e as ordens como abuso verbal. Eles se sentem molestados e agredidos,como se ele não pudesse fazer nada direito. Sua resposta é atitude defensiva e a raiva.

Discussões versus "Brigas Boas"

Eu ouvi estas queixas de muitos portadores de TDAH ao longo dos anos: "Estou fazendo o melhor que posso para ficar calmo quando minha mulher, que não tem TDAH, fica pegando no meu pé  sempre pelas mesmas coisas, todo o tempo. Mas eu não consigo deixar de ficar bravo. Ela me provoca. Parece que brigamos o tempo todo. Depois que começamos, ela também fica muito brava... essas brigas estão me fazendo muito mal."
O marido parece precisar de um controle melhor dos sintomas para ser mais confiável, e sua mulher precisa ser mais respeitosa e simpática enquanto ele tenta atingir esse controle. Mesmo com essas mudanças, o casal ainda brigará de vez em quando. Aprender a ter uma "briga boa" - arejando discordâncias como parceiros iguais, em vez de atirar as diferenças na cara um do outro, ajudará. Gottman sugere algumas idéias para tirar a raiva das brigas:

1- Comece com uma queixa, não com uma crítica. "estou preocupado porque o lixo não está sendo removido regularmente" é uma queixa. "Você nunca remove o lixo como prometeu" é uma crítica. Queixas funcionam melhor; elas são mais respeitosas e não põem o ouvinte na defensiva tão rapidamente.

2- Comece de leve, ou por um tópico. Começos de leve mostram respeito para com a outra pessoa, por não fazer pressuposições. Geralmente incluem uma observação e focalizam em sentimentos. A seguir, um exemplo de um começo de leve: "Eu realmente senti sua falta. Nós não estamos ficando juntos o bastante nesses últimos dias". A versão ruim disso seria: "Você nunca presta atenção em mim!"

3- Seja respeitoso. Não importa quão difícil seja o assunto, ou quão bravo você esteja, seu parceiro sempre merece respeito. Não há justificativa para gritos ou depreciações. Trate seu parceiro como você gostaria de ser tratado.

4- Use palavras não ameaçadoras e não ameace seu parceiro. Se você ficar afogado pelas emoções e sentir que não vai aguentar, tente deixar seu parceiro sair da briga.

5- Use frases clarificadoras, tais como, "Se eu entendi corretamente, nós dois pensamos..."

6- Fale com calma. Isso é difícil quando as coisas são emocionais. Treinamento da prudência e respiração profunda ajudam.

7- Use ajudas verbais para atenuar suas interações. Em minha casa, se um de nós fica muito emocionado - acontece com nós dois - podemos usar uma ajuda verbal previamente combinada para sugerir que precisamos fazer uma pausa. Retomamos a conversa mais tarde.

8- Olhe seu parceiro nos olhos. Isso serve a dois propósitos: de comunicar eficazmente como você se sente e ssegurar que você tem a atenção do seu parceiro.

9- Procure as concordâncias. Você terá mais chance de se engajar construtivamente se focar nas similaridades e preocupações compartilhadas. Redirecione uma briga sobre a hora de dormir com "Sei que ambos estamos tentando achar o melhor equilíbrio entre sono suficiente e tempo com as crianças...", pondo ambos na mesma equipe de resolução de problemas.

10- Faça perguntas com o final aberto. As melhores brigas são conversas nas quais você discorda. Não dê aula ao seu parceiro. Em vez disso, convide-o para a conversa. "Você vê isso desse jeito?" ou "O que você pensa?". Isso pode ajudar. Ouça a resposta do seu parceiro.

11- Faça declarações afirmativas. Mesmo que você discorde do seu parceiro, você ainda assegurará que as opiniões dele serão ouvidas. "Entendo que você sente que eu deveria fazer mais tarefas, mas não estou seguro que eu tenha tempo suficiente. Precisamos falar mais sobre isso" é mais construtivo do que "Estou muito ocupado". Você pode não assumir mais tarefas, mas demonstrou que ouviu a queixa do seu parceiro.

12- Aceite a legitimidade das emoções negativas. Em vez de lutar contra emoções negativas, seja solidário ao seu parceiro. Isso é importante se o seu parceiro está sentindo aflição. Você deve estar pronto para seguir em frente, mas ajudará a cura do seu parceiro se responder com "Sinto muito que tenhamos passado por tudo isso. Tem sido difícil".

Se essas estratégias parecem óbvias, pergunte a si mesmo se você as está usando consistentemente. Provavelmente não. É necessário pensamento e prática para usar declarações afirmativas e fazer perguntas com final aberto quando estiver bravo. Não são somente as palavras, são as emoções envolvidas que contam.

Segure a inundação

Um cônjuge não TDAH me confidenciou: "É difícil para mim sair de perto durante uma briga. Sinto-me ignorada, como se ele não estivesse escutando. Quando ele fica bravo, pode ficar explosivo e fora de controle. Às vezes, quando tento sair de perto, ele está em tal grau de raiva que vai atrás. Quando saio de perto, ele espera que eu esqueça e não discuta o problema".

A raiva do marido é chamada de "flooding" (inundação). É uma resposta fisiológica ao sentimento de que você está em perigo ou com outra emoção extrema. As partes do cérebro necessárias para brigar se inundam de sangue e de oxigênio para um melhor desempenho. Infelizmente, eles são retirados de partes do cérebro que lidam com o pensamento lógico. Quando você está "inundado", você pode sentir que não deveria estar brigando, mas não consegue que as partes lógicas do cérebro o impeçam. Por essa razão, brigas sob "inundação" podem ameaçar um casamento ou um relacionamento. A melhor maneira de lidar com a "inundação" é concordar em ter uma muleta verbal para interromper a conversa antes que ela vá mais longe.

A importância da tranquilização

As pesquisas sugerem que saber como se recuperar de uma briga é uma habilidade crítica. Uma pessoa oferece uma dica para fazer as pazes, tal como um pedido de desculpas, enquanto a outra fica aberta a essa dica. Um parceiro deve aceitar de coração um pedido de desculpas do seu companheiro, em vez de erguer um muo e se recusar a aceitar as desculpas.
É difícil prever quais comportamentos de reparação funcionarão pra quais duplas. Humor em momento de estresse pode aumentar os problemas para alguns e pode aliviar as piores ofensas, para outros.

Uma vez, enquanto meu marido e eu estávamos brigando porque eu me choquei com o carro dele acidentalmente, ele tentou fazer as pazes me entregando um buquê de flores murchas tiradas do porta-malas, onde ele as havia esquecido. O gesto me desconcertou e terminou com a briga.
Flores mortas podem não funcionar para acalmar seu parceiro, mas eis aqui alguns ramos de oliveira que você pode oferecer:

1- Faça um pedido de desculpa.

2- Fale sobre reconsiderar o ponto de vista dele ("Eu não tinha pensado nisso desse modo").

3- Lembre seu parceiro de que vocês estão no mesmo time: "Se nós concordamos que é importante ir dormir às 10 horas, o que poderá nos ajudar a fazer isso?"

4- Demonstre apreço: "Amei quando você aceitou começar a fazer exercícios".

5- Generalize a conversa para encontrar pontos de vista em comum ("Podemos discordar nos detalhes, mas ao menos, finalmente, concordamos que as calhas precisam de conserto neste ano!")

Concorde em discordar

Além de tudo o que já foi dito, você precisa concordar em discordar. A pesquisa longitudinal feita com casais demonstrou que cerca de 70 por cento do que o casal discutia 10 anos atrás ainda está sendo discutido 10 anos mais tarde. Se 70 por cento das discordâncias não têm solução, faz sentido saber negociar uma trégua. Isso é chamado de "work around" (contornar).

Você não está sugerindo que seu parceiro resolva o problema. Em vez disso, você reconhece que a coisa sobre a qual vocês têm brigado não tem solução, e é do seu maior interesse lidar com ela de modo construtivo. Isso põe você de volta no mesmo time de amantes.

ADDitude

quarta-feira, 16 de julho de 2014

351- Os videogames favorecem a atenção das pessoas de idade


Uma investigação concluiu que o treinamento com videogames diminui a distração produzida por estímulos do ambiente, o que permite uma melhor atenção, em pessoas de idade avançada. O passo seguinte seria verificar se esses benefícios se mantêm ao longo do tempo e se podem ser extrapolados para as tarefas da vida diária.

Os autores utilizaram vários videogames da plataforma Lumosity em um grupo de 15 pessoas de idade, contra 12 pessoas que não foram treinadas com os videogames. Todos tinham idades compreendidas entre 57 e 77 anos e mostravam um envelhecimento normal. O treinamento consistia em um programa de 20 sessões, de uma hora de duração, distribuídas ao longo de 12 semanas. Quem não praticava com os videogames mantinha reuniões informais sobre diversos assuntos.

Depois do período de treinamento, ambos os grupos completaram a mesma prova. Cada participante devia responder o mais rapidamente possível se um número (de 1 a 8) apresentado em uma tela durante 200 milissegundos era par ou ímpar, pressionando o mais rápido possível uma ou outra tecla do computador. Imediatamente antes da aparição dos números, o indivíduo tinha de ignorar uma série de estímulos auditivos (frequentes ou raros) que soavam de vez em quando nos fones de ouvido.

As pessoas treinadas com o videogame se concentraram melhor nos estímulos visuais que tinham de classificar, em comparação com os participantes que não haviam treinado com os videogames, para concentrar sua atenção na informação relevante. Além disso, reduziram a distração produzida pelos sons irrelevantes, demonstrando uma capacidade maior de ignorar a estimulação acessória. Mais ainda, os idosos treinados com os jogos eletrônicos utilizaram o sinal auditivo como alerta para preparar-se para a ação de responder ao estímulo relevante.

Mayas J., Parmentier F. B., Andrés P., Ballesteros S.

Revista de Neurología, Barcelona, Espanha.

terça-feira, 15 de julho de 2014

350 - TDAH - ADHD - O registro da memória de acontecimentos recentes


A memória de acontecimentos recentes pode ser mantida por um pequeno número de neurônios distribuídos em meio aos hipocampos do cérebro, é o que sugere um novo estudo. Entender como o cérebro armazena memórias fornecerá explicações sobre os problemas de memória que surgem com o envelhecimento normal e com a demência.

Os hipocampos têm um papel crítico na memória. As pesquisas antigas sobre a memória focalizavam a memória semântica - lembrar-se de fatos, tais como pessoas famosas e referências. A exposição a uma face em particular ou a um local se torna ligada a um pequeno número de neurônios nos hipocampos; esses neurônios então disparam quando a memória é recuperada. Mas como o cérebro forma memórias episódicas - as memórias dos acontecimentos ou eventos - ainda não é bem compreendido.

Os pesquisadores propuseram ao menos três modos diferentes pelos quais o cérebro pode codificar memórias episódicas. Em um esquema "localista", um neurônio sozinho poderia codificar uma memória, e cada memória seria ligada à atividade de um neurônio. Em um esquema completamente distribuído, cada memória seria codificada por um padrão de atividade entre muitos neurônios. Em um esquema de distribuição esparsa, cada memória seria codificada pela atividade de uma pequena quantidade de neurônios, e cada neurônio contribuiria para poucas memórias.

Um grupo de pesquisadores liderados pelo Dr. Peter N. Steinmetz do Barrow Neurological Institute em Fênix, Arizona, e pelos Drs. John T. Wixted e Larry R. Squire, da University of California, San Diego, investigou como as memórias episódicas são codificadas. Seu estudo foi financiado em parte pelo National Institute of Mental Health (NIMH) e pelo National Institute on Deafness and Other Communications Disorders (NIDCD). Foi  publicado online em 16 de junho de 2014, no Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os cientistas foram capazes de explorar os mecanismos de memória em neurônio isolado, pelo estudo dos cérebros de 9 pacientes com grave epilepsia, que estavam sendo tratados no Barrow Neurological Institute. Os pacientes tinham eletrodos de profundidade implantados em várias estruturas cerebrais, incluindo os hipocampos. Esses finos eletrodos são usados para apontar com precisão regiões do cérebro que causam as convulsões, para possível remoção cirúrgica. Eles também podem ser usados para reunir informação a respeito de como as células individuais processam as memórias.

Os pacientes primeiramente eram solicitados a estudar 32 palavras alvo. Eles então faziam um teste de reconhecimento de palavras com os 32 alvos da lista de estudo e 32 palavras para despistar, que não estavam na lista. Eles deram notas para as palavras em escala de 8 pontos, de 1, quando eles tinham certeza de que eram novas, a 8, quando tinham certeza de que eram as velhas. Cada um dos 64 itens do teste foi apresentado somente uma vez para assegurar que os alvos, mas não as de despiste, estavam representadas por uma memória episódica. Se os itens tivessem sido apresentados várias vezes, os resultados poderiam simplesmente acender neurônios que respondem a memórias semânticas já estabelecidas a longo tempo, em vez das palavras recentemente estudadas.

Juntos, os pacientes completaram um total de 18 testes. Os cientistas descobriram que uma pequena porcentagem de neurônios registrados (menos de 2%) respondia a somente um alvo. Do mesmo modo, uma pequena porcentagem de alvos (cerca de 3%) evocou uma forte resposta em qualquer um dos neurônios. Esse padrão sugere que o hipocampo humano usa um código de distribuição esparsa para guardar memórias episódicas.


"Para realmente entender como o cérebro representa a memória, precisamos entender como a memória é representada pelas unidades computacionais fundamentais do cérebro - os neurônios isoladamente - e suas redes" diz Steinmetz. "Saber o mecanismo da guarda de memória e de sua recuperação é um passo crítico na compreensão de como fazer um tratamento melhor para as doenças que causam demência, que atingem a crescente população idosa. 

Por Harrison Wein, Ph.D

quarta-feira, 9 de julho de 2014

349- TDAH - Nove sugestões de alimentos para seu cérebro


Você sabia que comer muita comida "errada" pode realmente encolher as áreas do seu cérebro que tomam decisões? Adote estes hábitos alimentares que ajudam seu cérebro, recomendados pelo Dr Daniel G. Amen, para melhorar sua atenção, memória e humor, de modo natural. Por Daniel G. Amen.

Alimente seu cérebro

Alimento bom e saudável é remédio para o cérebro. Para pessoas com todos os tipos de TDAH, o alimento pode ter um efeito poderosamente positivo sobre a cognição, os sentimentos e o comportamento. A dieta correta pode até mesmo permitir que você diminua a dosagem de sua medicação, de acordo com seu médico. A dieta errada, por outro lado, pode ter um efeito de verdade muito negativo sobre os sintomas do TDAH.

Os benefícios de uma dieta saudável para o cérebro

Quando eu convenço meus pacientes a se alimentar com dieta saudável para o cérebro, eles notam melhor estabilidade do humor, atenção mais concentrada e mais resistência. Eles também relatam menos distração, menos cansaço ao final da manhã e da tarde. e menor desejo de substâncias açucaradas. Veja, aqui, algumas estratégias que eu uso em minha clínica para ajudar meus pacientes com TDAH a conquistar esses benefícios.

Qualidade em vez de quantidade

Escolha sempre alimentos de alta qualidade - e seja cuidadoso com as calorias. Graças, em parte, à impulsividade, o TDAH geralmente está associado à obesidade, que já foi demonstrada ser perigosa para o cérebro. Trocar uma torta de canela de 720 calorias por uma salada de 400 calorias feita de espinafre, salmão, mirtilos, maçãs, nozes e pimentão vermelho, aumentará muito suas energias e talvez o torne mais esperto. Em um estudo, macacos que comiam mais calorias do que necessitavam tiveram encolhimento nas áreas do cérebro importantes para a tomada de decisões.

Água, água, em todo lugar

Seu cérebro é 80% água. Qualquer coisa que o desidrate, tais como muita cafeína ou álcool, diminui seu pensamento e prejudica seu julgamento. Certifique-se de tomar muita água todos os dias. Para saber se você está bebendo água suficiente para seu cérebro, uma boa regra geral é consumir 2 litros diariamente.

Seja pró-ativo com as proteínas

As proteínas ajudam a equilibrar seus níveis de açúcar e a prestar atenção, alem de propiciar os blocos construtores para a saúde cerebral. Grandes fontes de proteínas incluem peixe, frango ou peru sem pele, feijão, castanhas e vegetais ricos em proteínas, tais como brócolis e espinafre. Proteína em pó também pode ser uma boa fonte, mas leia o rótulo para saber se o produto não é rico em açúcar. Comece o dia com proteínas para aumentar sua atenção e as habilidades de concentração.

Siga com carboidratos com pouco açúcar e muita fibra

Isso significa comer carboidratos que não promovam picos em seu nível de glicose sanguínea, e que são ricos em fibras, tais como vegetais e legumes, e frutas como mirtilos e maçãs. Maus carboidratos são desprovidos de qualquer valor nutricional, tal como o açúcar. O açúcar é inimigo do seu cérebro. o índice glicêmico classifica os carboidratos de acordo com seu efeito na glicose do sangue. Ingerir uma dieta cheia de alimentos com baixo índice glicêmico, que não vão provocar picos em sua glicose do sangue, abaixará os níveis de glicose, diminuirá o desejo por comida e ajudará seu foco.

Siga com as boas gorduras

As boas gorduras são essenciais para sua saúde. O peso seco (sem água) do seu cérebro é 60% gordura. Más gorduras, como tudo que contenha gordura trans, devem ser eliminadas. Centre sua dieta em gorduras boas, especialmente as que contenham ácidos graxos ômega 3, encontrados no salmão, sardinhas, abacate, nozes, linhaça, chia e vegetais de folha verde escuro.

Prato arco-íris

Ponha comidas naturais de várias cores em sua dieta. Inclua mirtilos, romãs, abóbora e pimentão vermelho. isso aumentará os níveis de antioxidantes no seu corpo e ajudará a manter seu cérebro jovem.

Tempere sua comida

Os estudos mostram que algumas ervas e temperos beneficiam o cérebro e a cognição. Cúrcuma, mostarda, açafrão da Índia podem diminuir as placas no cérebro que são tidas como responsáveis pela doença de Alzheimer. Extratos de açafrão foram eficientes como medicação antidepressiva no tratamento de pessoas com depressão maior. Alecrim, tomilho e sálvia ajudam a melhorar a memória. Canela ajuda a atenção e o fluxo sanguíneo. Alho e orégano aumentam o fluxo sanguíneo cerebral.

Você é o que você come

Assim, evite comida ruim. Coisas como pesticidas usados nos alimentos do comércio podem se acumular no seu cérebro e no seu corpo, embora o nível deles em cada alimento seja baixo. Coma alimentos cultivados organicamente ou cultive o que você puder, em casa. Evite carnes que possam conter hormônios e antibióticos. Evite alimentos com conservantes, preservantes, corantes e adoçantes artificiais. Isso significa que você precisa começar a ler os rótulos dos alimentos. Se você não souber o que aquele alimento contém, não o coma.

Jogue fora os alimentos problemáticos

Você sabia que o glúten faz mal para algumas pessoas? Há relatos científicos de pessoas cujos cérebros e estômagos ficam melhor quando elas eliminam o trigo e outras fontes de glúten (como cevada, centeio, espelta ou trigo vermelho, imitação de carne e molho de soja) de sua dieta. Crianças com TDAH e com autismo geralmente ficam melhor quando são postas em dietas que eliminam trigo, laticínios, alimentos industrializados, todas as formas de açúcar e de substitutos do açúcar, corantes e aditivos de alimentos. Há testes hematológicos que podem ajudar a determinar sua sensibilidade aos alimentos.


Daniel G. Amen - ADDitude

terça-feira, 8 de julho de 2014

348- TDAH - Como enfrentar seu hiperfoco


O que é hiperfoco? É a habilidade natural dos portadores de TDAH de bloquear todas as distrações e de se concentrar completamente até que a tarefa esteja terminada. Siga as dicas desses especialistas para desfrutar dos benefícios do hiperfoco e para fazer mais coisas com o TDAH do adulto. Pelos editores de ADDitude.

O reverso da distração.

Não é nenhum segredo que os portadores de TDAH têm dificuldade para manter a atenção nas coisas que eles acham chatas. Mas o inverso também é verdadeiro: Nós podemos prestar atenção tão intensamente (focar) em coisas que realmente nos interessam, que ficamos indiferentes ao mundo que nos cerca, por longos períodos de tempo. Esse sintoma comum do TDAH é chamado de hiperfoco, e pode ser um benefício se aprendermos a dirigir nossa atenção de modo produtivo. Leia adiante dicas sobre como fazer isso.

1- O hiperfoco explicado

Do mesmo modo que a distração, o hiperfoco é tido como o resultado de níveis anormalmente baixos de dopamina, um neurotransmissor que é particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de dopamina torna difícil "mudar as marchas" para iniciar tarefas chatas porém necessárias.

2- Recompensas instantâneas

Dr. Russel Barkley, Ph.D., famoso especialista em TDAH, diz que "Crianças e adultos com TDAH têm dificuldade de mudar a atenção de uma coisa para outra. Se estão fazendo algo de que gostem ou que achem psicologicamente recompensador, tenderão a permanecer nesse comportamento até muito depois que outras pessoas normalmente já teriam mudado para outras coisas. Os cérebros das pessoas com TDAH são movidos por atividades que dão feedbacks (retornos positivos) imediatos".

3- Quando o hiperfoco é problemático

O foco desenfreado pode ser uma ruindade. Deixado sem controle, pode levar a horas perdidas online, ao fracasso escolar, à baixa
produtividade no trabalho, e a relacionamentos tensos com amigos e em casa. Finalmente, a melhor maneira de lidar com o hiperfoco é não brigar com ele, mas enfrentá-lo.

4- Estabeleça prioridades cuidadosamente

Uma maneira de fazer o hiperfoco trabalhar a seu favor é organizar estrategicamente sua lista de coisas a fazer. Cuide bem das tarefas que sejam sempre importantes (marcar ou confirmar uma reunião, ir buscar seu filho etc.) antes de iniciar um trabalho que você sabe que vai comandar toda sua atenção.

5- Programe um despertador

Para ter mais controle sobre seu hiperfoco, decida, antes do início, quanto tempo você terá de ficar imerso em um trabalho. Então, ajuste um alarme, despertador ou timer de cozinha para tocar quando for a hora de parar.

6- Monte um sistema de apoio

Peça a um membro da família ou a um amigo para ajudá-lo a ficar no controle do seu hiperfoco - quer seja uma ajuda (lembrá-lo de que sua família sentirá sua falta quando você ficar absorvido em um trabalho em casa) ou um gesto (colocar uma mão no seu ombro ou  entre você e a tela do computador, quando você estiver lá já por horas).

7- Estabeleça metas para si mesmo

O hiperfoco tem maior probabilidade de ocorrer quando você estiver engajado em tarefas que sejam desafiadoras, que sejam importantes para você, e nas quais você pode fazer progressos. Tire vantagem disso! Se você tiver uma meta que esteja de acordo com algo que o deixe excitado, você terá mais chance de ficar ligado à tarefa e de terminar o trabalho.

8- Abra-se com os outros


Fale com sua mulher (ou marido) ou outra pessoa importante sobre o hiperfoco. Explique que é parte do seu TDAH e que você não pode ligar e desligar quando quiser. Assegure à sua mulher (ou marido) que seu foco em outras coisas que não ela (ou ele) não é o reflexo do seu interesse nela (ou nele) ou do seu amor por ela (ou ele).

ADDitude

quinta-feira, 3 de julho de 2014

347- São seguros os "feriados" de medicamento para o TDAH?


Você está pensando e dar uma parada na medicação para o TDAH nessas férias? Eis aqui o que você precisa saber sobre os prós e os contras de fazer "feriados" de medicação - e qual a melhor maneira de tentar parar ou fazer uma redução da dose. Por Carl Sherman e os editores de ADDitude.

Dar uma parada na medicação

Para muitos de nós, a medicação para o TDAH é um fato da vida. Assim é, também, parar de tomar a medicação - ou querer parar de tomar. Tomar comprimidos dia sim dia não pode ser uma dificuldade para adultos, pais e filhos - mas assim também é o reaparecimento dos sintomas que frequentemente acompanham uma diminuição ou a parada da medicação para o TDAH. Como você aborda a decisão de fazer feriados de remédio, entretanto, faz toda a diferença no tratamento do seu TDAH. Eis aqui o que você precisa saber.

Por que os pais interrompem a medicação para o TDAH?

Em recente pesquisa de ADDitude, 48% dos pais disseram que planejavam fazer uma pausa na medicação para o TDAH nas férias. As razões eram tão variadas quanto os 200 indivíduos pesquisados, entretanto motivações em comum incluíam:

* 64%: Diminuição do apetite ("Eu esperava que ele melhorasse")
* 60%: Avaliação dos sintomas ("Queria ver se tinha melhorado")
* 58%: Somente para o aprendizado ("Só dou nos dias de aula")
* 52%: Férias escolares ("Sempre paro nas férias")
* 38%: Efeitos colaterais (Meu filho não gosta do jeito que ele fica")

Os "feriados" de medicação para o TDAH funcionam?

Dos 59% de pais que disseram que pararam ou diminuíram os medicamentos para TDAH de seus filhos nas últimas férias, só a metade considerou o "feriado" um sucesso. 41% disseram que uma diminuição na medicação para o TDAH causou mais problemas que soluções; 59% acharam a parada positiva. Muitos pais relataram "problemas com o controle dos impulsos", "falta de foco", "estresse emocional" e um caos na organização do lar que os levaram a abandonar o "feriado de medicação" ou ficar ao menos com uma pequena dose.

Boas experiências com os "feriados de medicação"

Aproximadamente 10% das pessoas pesquisadas disseram que o "feriado de medicação" foi um sucesso tão grande que eles "nem mais se lembraram de medicação até a volta às aulas". Os benefícios citados da parada da medicação incluíam aumento de peso, menos mudanças de humor e menos desafio. Outros pais com crianças diagnosticadas com o tipo desatento do TDAH disseram que, sem o trabalho escolar de casa para ser feito, a medicação não tinha sido necessária nas férias escolares.

Um pequeno teste de descontinuação

Muitas pessoas escolheram parar a medicação porque elas "se sentiam bem". Elas pensavam: Eu me sentirei tão bem se parar a medicação? Não é uma má questão, diz Timothy Wilens, M.D. Mas, há um jeito certo e um jeito errado de parar a medicação. "Eu indico uma tentativa de descontinuação se a pessoa estiver livre de sintomas por vários meses", diz Wilens. "O que você quer saber é se a medicação foi a responsável por toda a melhora, ou se o transtorno melhorou por si".

Eu superei o TDAH

O TDAH é um transtorno neurológico crônico, mas às vezes ele parece que desaparece. Os estudos sugerem que muitas crianças com TDAH superam aspectos do transtorno antes de chegar à idade adulta. Por quê? Alguns pesquisadores teorizam que o processo de maturação do cérebro, que dura décadas, gradualmente repara os circuitos cerebrais errados associados ao TDAH. Outros atribuem a melhora à gradual aquisição de habilidades de adaptação. Se os sintomas são leves, e as habilidades de adaptação também foram aperfeiçoadas, diz Wilens, a medicação se torna desnecessária.

Até logo, efeitos colaterais

Mesmo em casos nos quais a medicação ainda atue, os efeitos colaterais podem ser insuportáveis. Essa é uma razão comum para que tanto crianças quanto adultos com TDAH façam uma parada da medicação quando eles conseguem. "Fiquei livre dos remédios por várias vezes", diz Robert Jergen, Ph.D., 36 anos, professor associado de educação especial na Universidade de Wisconsin, em Oshkosh. "Algumas drogas causavam dor intestinal. Outras faziam meu coração disparar. Uma foi eficaz em reduzir minha hiperatividade, mas eu não conseguia dormir. A última medicação que usei fez com que minha ereção ficasse difícil de surgir e de ser mantida, e provocou tiques vocais".

Como parar a medicação

Se você está pensando em abandonar a medicação, os especialistas alertam que deva fazer isso somente com a aprovação do seu médico. Ele pode lhe dar a luz verde, ou pode lhe sugerir outras opções, tais como associar psicoterapia ou TDAH "coaching" (treinamento) ao seu tratamento medicamentoso. Seu médico pode ser capaz de aliviar suas preocupações por meio do ajuste das doses da medicação ou pela troca por nova medicação. "Um monte de gente não sabe quantas medicações existem para o TDAH", diz Michele Novotni, Ph.D., psicóloga em Pennsylvania.

Dúvida sobre a segurança da medicação

Não pare a medicação do seu filho porque uma notícia de jornal ou no Facebook fala sobre a segurança da medicação. Fale com seu médico sobre as preocupações antes de fazer uma mudança. Dr. Adesman conta sobre o pai de um paciente que queria parar de dar a Ritalina para o seu filho. "O pai estava preocupado por causa de uma notícia que sugeria que as crianças que tomavam Ritalina eram mais propensas a ter câncer", diz Adesman. Esta acusação não foi provada. Depois que Adesman explicou isso, o pai abandonou sua decisão de tirar a medicação do filho, a qual estava sendo muito eficaz.

Adie o julgamento

Não seja muito apressado para declarar o sucesso ou o fracasso. Os estimulantes saem do corpo em horas, mas medicamentos como o Strattera podem continuar a controlar os sintomas por vários dias, talvez semanas, após a última dose. Quando você para a medicação, a hiperatividade volta rapidamente, mas a concentração dificultada e os problemas de organização podem levar até seis meses para se tornarem evidentes. Você pode decidir voltar à medicação. Se for assim, tenha em perspectiva a experiência. Você aprendeu algo valioso.


ADDitude.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

346- TDAH - Dez Erros de Tratamento Que Até Mesmo os Médicos Cometem


Regras de tratamento medicamentoso que seu médico pode não saber - mas que deveria - para diminuir os sintomas e otimizar o plano de tratamento. Por Gina Pera

Informe-se

Muitos adultos ainda encontram profissionais cujo conhecimento do manejo medicamentoso é pontual, incluindo psiquiatras que propagam grande especialização. Seja um consumidor de cuidados de saúde esperto e aprenda tudo o que puder sobre qualquer medicação antes de começar a tomá-la. Ao mesmo tempo, se o seu médico fizer uma das dez declarações seguintes, pode ser que esteja na hora de pular fora e encontrar um novo médico.

1- Meus pacientes adultos com TDAH se dão melhor com este medicamento estimulante.

Médicos que elegem estimulantes "favoritos" não têm uma base comprovada para assim agir, e estão apostando com as suas chances de sucesso. Cada uma das duas principais classes de medicação estimulante (metilfenidato e anfetaminas) pode funcionar para alguns pacientes com TDAH mas não ter efeito em outros. Não há nenhum modo de saber de antemão a que classe de estimulantes você responderá, até que você experimente.

2- Para um adulto do seu peso e altura, começo com esta dosagem.

A dose ótima da medicação não está relacionada com o peso ou a altura da pessoa.

3- Esta é uma dose média de início.

Não há nenhuma dose média de início. A escolha depende de muitos fatores, incluindo sua história de uso de estimulantes, diferenças genéticas, condições coexistentes e a gravidade dos seus sintomas. O cérebro é complexo, e os resultados diferem de pessoa a pessoa.

4- Aumentaremos a dose para 10 mg em duas semanas.

Assim como um profissional não pode prever qual medicação funcionará melhor para você, ou em qual dose de início, ele também não pode prever uma dose ótima final. A dose ótima é identificada por um método chamado titulação: o aumento cuidadoso da dose ao longo do tempo, até que os efeitos colaterais superem os efeitos benéficos, e, então, reduzindo para a dose anterior.

5- Então, como esta medicação está funcionando para você?

Julgar a eficiência da medicação precisa de mais coisas além de perguntar como você está indo. Requer um inventário cuidadoso das mudanças que você está sentindo depois do início da medicação e revisar regularmente o progresso do tratamento, identificando as melhoras ou os efeitos colaterais. Durante a titulação, os especialistas recomendam conversar com o médico semanalmente e marcar consultas a cada três ou quatro semanas.

6- Você vai ter uma grande melhora dos sintomas daqui para a frente.

A pesquisa nos fala muito sobre a eficiência da medicação estimulante, mas não podemos como a medicação afetará cada uma das pessoas. Qualquer efeito positivo não deveria ser exageradamente propagandeado. Na verdade, alguns sintomas podem melhorar dramaticamente em alguns dias, ou até mesmo horas. Mas é importante esperar para julgar o efeito completo, porque leva algum tempo para todos esses dados serem acumulados.

7- Se o estimulante atrapalhar seu sono, teremos que mudar para um não estimulante.

Os problemas de sono entre os pacientes com TDAH são multifacetados e pouco entendidos por muitos médicos. Cada vez mais, a pesquisa aponta para diferenças neurofisiológicas no ritmo circadiano, o relógio biológico interno que nos diz quando dormir. Algumas pessoas com TDAH dormem melhor com estimulantes, que param o "barulho cerebral" e aumentam o foco em ir dormir.

8- Sim, continue a consumir cafeína, se você gosta.

Muitos adultos com TDAH têm uma longa história de amor com a cafeína e com bebidas gasosas cafeinadas. Porém, a cafeína pode exacerbar os efeitos das medicações estimulantes, criando ansiedade e palpitações cardíacas. Você não pode determinar o que está causando esses efeitos - o estimulante ou a cafeína - até que gradualmente diminua a ingestão de cafeína antes de começar a usar os estimulantes.

9- Se você tem pressão alta, você não pode usar estimulantes.

Adultos com TDAH devem passar por um rigoroso exame físico e ter sua pressão arterial aferida antes de começar a usar qualquer medicação nova. Mas a idéia de que a hipertensão impeça a tomada de medicação para o TDAH é um mito. De fato, há medicações para o TDAH que abaixam a pressão arterial - como a guanfacina ou a atensina - e que podem ser usadas como alternativa ou junto com os estimulantes.

10- Se você acha que a medicação estimulante parou de funcionar para você, talvez devamos experimentar outra coisa.

Talvez a medicação  estimulante tenha parado de funcionar por razões neurobiológicas, ou talvez você tenha se  esquecido de como era sua vida antes de começar a usá-la. Depois de algumas semanas de experimentar a novidade da melhora dos sintomas, é fácil se esquecer de onde você veio e onde chegou. Manter anotações do seu progresso é a melhor maneira de saber se a medicação está funcionando.


ADDitude.

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